O observador
Capitulo Um
Ele era pouco estranho, usava óculos quadrado, fora
de moda (miopia) e tinha um jeito meio estranho de se vestir... Com sapatos
bico quadrado calça social escura e camisa branca, pra qualquer um seria uma
roupa básica, mas pra ele não era nem um pouco bonito ou apresentável já que
seu corpo era muito magro e muito alto. Nunca fora um cara popular, na
faculdade tinha um amigo e apenas tinha transado com prostitutas, pois não era
atraente e não via necessidade de fazer de inteligente ou de fortão como os outros
gorilas da sociedade, não precisava ser o macho dominante. Depois que concluiu
a faculdade foi fácil arrumar emprego, suas notas eram excelentes e antes de
terminar o último ano já tinha sido indicado para uma grande empresa de
contabilidade onde começou como estagiário até pegar o diploma. Tinha uma
memória muito boa, alguns diziam que ele tinha memória fotográfica (memória
eidética) o que o ajudava na hora dos cálculos sendo assim nunca errando nem na
faculdade nem depois de se formar no trabalho. Depois de formado ele começou a
ganhar muito dinheiro fazendo contabilidade de empresas grande. Foi assim por
sete anos até montar seu próprio escritório de contabilidade. E contratar
alguns funcionários pra trabalhar pra ele... Logo estava nadando em dinheiro...
Era o melhor escritório de contabilidade, ele se lembrava de cada numero todos
os CNPJ de cada empresa... Quando ele completou 33 anos sem saber se faria uma
festa, não teria amigos pra convidar e não convidaria os funcionários, pois não
queria misturar a relação profissional com a relação pessoal, decidiu sozinho
ir pra uma boate ver algumas stripers e beber um bom whisky. Já passava da meia
três da manha quando ele abre a porta dos fundos do bar e se dirigiu para
o seu carro que estava no estacionamento dos fundos, não avia ninguém no
estacionamento, era como um grande deserto virgem, intocado, não fosse por três
carros vazios q estavam estacionado ali como prova que alguém já tinha
explorando aquele lugar ele pensaria ser o primeiro ser humano a pisar naquele
lugar. Ele chega à porta do seu carro e Poe a mão no bolso pra pegar a chave do
carro quando lembrasse de ter deixado em cima do balcão no momento em que tirou
a carteira para efetuar o pagamento. A cambalear virou-se para voltar quando...
-
Olha filho.
Um
homem de calça Jean, camiseta branca e descalço surgem bem próximo ao seu rosto
com um olhar fixo e seus olhos. Sua barba era por fazer e apesar de não ser tão
alto a primeira vista parecia um mendigo, com um pulo pra traz proveniente do
reflexo do susto ele tromba em seu carro e cai de joelhos nas pedras sentindo
muita dor nas costas, joelho e mãos que apoiou nas pedrinhas soltas no chão.
Sem se levantar olha para o homem esfrega os olhos como se não acreditasse no
que via e olhou com mais clareza, não era um mendigo, aparentava ser um senhor
entre 40 ou 45 anos aparentemente atraente.
-
Você não é o primeiro a se ajoelhar pra mim hoje – Disse o velho com certa
seriedade que para o homem de joelhos soou mais como uma provocação.
-
O que esta fazendo velh... Homem. – disse ao olhar para o senhor a sua frente
ainda sem conseguir ver seu rosto direito. Apesar de toda a iluminação era como
se uma sombra sempre tapasse os olhos ou a boca ou o nariz de forma que mesmo
apertando o olho ele não poderia reconhecer de... Ou em outro momento. Começou
a Levantar.
-
Você ia dizer velho? Pode dizer. Se soubesse a idade que tenho nem de velho me
chamaria, talvez tivesse educação e me chamasse de senhor já que é como deveria
me chamar.
-
Muito bem senhor, - Falou com desdém - De onde veio tão rápido que não vi
chegar?
-
Vim do céu - Diz o homem Novamente serio que novamente soa como uma soa como
uma provocação aos ouvidos de um bêbado.
-
Então o “senhor” veio do “céu”! –balança os dedos ressaltando as aspas nas palavras
senhor e céu- que original velho, me conta outra.
-
E vim para levá-lo comigo.
-
aaaaaaaaaaah então é um seqüestro? Bom nisso você realmente foi original, eu
serei o primeiro homem a ser seqüestrado por deus? Ah não, não mesmo
provavelmente isso acontece todo dia. O que deus faz depois de seqüestrar? Pede
resgate ao diabo?
-
Você também não é o primeiro a zombar de mim hoje – diz o velho – Vocês humanos
na são nada originais. Apesar de únicos são todos iguais. Pois lhe dou um
ultimo aviso, vim aqui para levá-lo comigo, não vou sem você, caso não aceite
quebrarei pela primeira vez a regra do livre arbítrio e você vai se arrepender
de todas as palavras que disse até agora em minha presença – a sombra parecia
diminuir de seu rosto e sua expressão era aterradora, mas o bêbado tentou
balbuciar,
-
Então vem velh...
Ele
viu o velho colado em seu corpo com as mãos encostadas em seu peito, logo
percebeu q não estava mais em um estacionamento, estavam no ar em suas costas
estava um campo gramado, onde ele foi arremessado como em um empurrão com muita
força, se chocou como um meteoro chocasse com o solo, seu corpo se espedaça
logo se viu inteiro caindo dentro de um vulcão em erupção morrendo queimado,
novamente inteiro se viu no fundo do mar morrendo afogado, depois no meio de
uma tempestade de areia onde seu corpo era cortado por cada grão de areia até
seu corpo se desintegrar por completo, novamente seu corpo intero um tufão de
vento que invadiu sua boca fazendo seu corpo explodir como um balão, depois
estando enterrado apenas com o rosto pra fora da terra onde um batalhão marcha
sobre seu rosto, então se viu no meio de um enxame de abelhas sendo picado
eternamente, mas sua consciência estava intacta sentindo todas as dores das
circunstancias.
Caiu
de joelhos, estava novamente de frente para o senhor de camiseta branca, seu
corpo doía a ponto dele precisar deitar no chão.
-
o que fez comigo? – Disse.
-
você passou pelos sete mil infernos, mas eu permiti que você lembrasse apenas
sete, pois você perderia a sanidade caso lembra-se dos outros.
No
chão o homem percebe a aproximação do senhor, sente que ele é tocado na nuca à
dor desaparece instantaneamente, ele é apoiado em uma parede, não sabe aonde
esta, o senhor o segura pelo pescoço apenas com uma mão, você vai me ouvir? - O
senhor disse com o rosto bem próximo do resto do homem que olhou em seus olhos
e viu fogo, escuridão, o universo e amor.
-
Sim eu ouvirei. - Seu corpo tremia era assustador o que sentia, medo, vontade
de chorar, frio, calor, vida.
-
Eu estou cansado, muito cansado, faz alguns anos que não durmo, vou descansar,
mas não posso deixar de o homem sozinho, o homem precisa ser observado, você,
será meus olhos, você vai me passara todas as informações, quando eu acordar
você me Dara um relatório de tudo que viu.
-
E caso eu não queira? – disse o homem.
-
eu estou cansado da humanidade, to cansado de sua estupidez, se você não
aceitar eu irei acabar com todos vocês, vocês deixarão de existir com um
estalar do meu dedo. Lembre-se que vocês humanos, é a única raça do universo
que me dão trabalho, a única raça que me abandonou, talvez já seja hora de
acabar com a humanidade ai poderei descansar em paz.
-
Eu aceito – disse o homem – eu aceito.
-
E sabia que você aceitaria você tem apenas uma regra, você não pode interferir,
o curso da humanidade deve seguir normalmente, você terá meus poderes, pra
poder acompanhar executar seus serviços, mas eu lhe aviso, não interfira,
apenas observe.
-
Esta bem, esta bem.
-
Eu vou descansar agora, bom dia observador.
O
homem desapareceu de sua frente ele estava sentado, como num passe de mágica em
um trono de cristal com o mundo abaixou de seus pés.
Capitulo Dois
Depois de observar o universo por um longo tempo, de
apreciar cada estrela abaixo de seus pés resolveu cumprir sua tarefa, resolveu
descer a terra e observar, afinal ele estava ali para isso.
Logo
que pensou em descer a terra já estava parado em um beco, logo entendeu o que
ele quisesse fazer, bastava pensar.
Saiu
caminhando, imaginou um sobretudo sobre seus ombros e logo estava de sobretudo
branco, a sua frente havia um travesti, sobre a sombra do prédio como se
tentasse ocultar seu corpo, mas o travesti não o viu, ele não queria que o
travesti visse, a menos de meia quadra outro travesti estava parado, mas o
observador não se interessava por ele, apenas observaria o 1° e ali ficou por
menos de 5 minutos, quando um carro grande, encostou ao seu lado, era uma
Mercedes, o observador conhecia aquele carro, já sonhara em ter uma, mas agora
não importava o carro mas sim o que estava se passando entre o dono do carro e
o travesti. Ele via, mas não queria ouvir o dialogo então ele não ouvia,
entendia pelo sorriso do travesti e as tentativas de fazer expressões sexi, que
o travesti tentava lucrar e o homem de charuto e chapéu preto dentro do carro
não tinha interesse em barganhar. Já com o travesti dentro do carro ele da uma
ultima olhada pra rua escura com apenas um travesti agora, Ele vai até onde o
carro estava estacionado. Ele não se importava se com a idéia de que o carro
tinha acabado de sair dali, o tempo agora era dominável, e ele foi direto ao
ponto onde o motorista abre a porta ao travesti e o homem de charuto.
Eles
estavam na porta de uma mansão, um lugar afastado, mas com um belo jardim, o
homem abraçado ao travesti entra em casa enquanto o motorista entra no carro e
sai dirigindo, o homem de charutos tranca a porta, mas ele atravessa mesmo
assim como se não houvesse porta, o homem sobe com o travesti para um dos
quartos, já no quarto ele pede para q o travesti deite-se na cama, e assim o
faz, depois de um tempo o homem algema o travesti na cabeceira da cama.
-
Uau cachorrão, vai-me amarra hoje é? – Diz o travesti sem ouvir resposta.
Homes se aproxima do travesti, com uma das mãos abre sua boca em um gesto
gentil, abaixando-se como se fosse beijá-lo, o travesti põe a língua pra fora o
homem segura a língua e com a outra mão passa uma navalha arrancando-a da boca
do travesti.
Um
grito desesperado e silencioso sai da boca da criatura deitada sobra à cama,
era um gemido, seus olhos enchem de lagrimas e com as pernas e o corpo começa a
se debater, o homem afasta da cama senta-se na cadeira e assiste, aprecia,
esboça um leve sorriso no canto da boca.
Já
sem forças o travesti para de debater-se, deixa o corpo apoiado na cama, e
ainda com lagrimas nos olhos tenta imaginar uma forma de escapar dali, mas não
da tempo ele esta olhando direto para a luz no teto quando essa luz é encoberta
por um corpo, ele tira o foco da luz e olha para o rosto do homem de chapéu que
avia tapado a luz e tenta novamente gritar, pânico, medo,tenta chutar o homem,
não tem força, dessa vez o homem segura dois barbantes, parecem cadarços de
sapatos, então ele amarra um cadarço em cada pé e amarra a ponta nos pés da
cama, o travesti sente-se completamente imóvel, e sente que o homem esta
cortando sua roupa, provavelmente com uma tesoura, ele grita, um urro misturado
com choro espalha pela casa.
O
homem de chapéu senta-se ao lado do travesti na cama e começa a por uma luva
cirúrgica, encosta sobre o peito da criatura inerte um bisturi e abre uma
fissura do peito até a cintura enquanto olha nos olhos daquele que sofre sem
poder mexer-se ou gritar.
O
homem tirou ainda com o bisturi cortou novamente seus seios fazendo as bolsas
de silicone vazar, completando o corte em uma cruz perfeita e simétrica.
Ainda
com bisturi, passou varias vezes sobre o rosto da vitima, tirou as luvas e saiu
do quarto, agora apenas se encontrava no quarto a criatura sem rosto e com uma
cruz no peito e o observador, que se aproximou da cama, teve compaixão, sem
interferir no livre arbítrio foi embora. Sentado novamente no trono e olhando o
universo sob seus pés se questionava.
-
Eu deveria ter impedido? Eu deveria ter parado o homem de chapéu? Eu deveria
interferir no livre arbítrio?
A
resposta que vinha em sua mente era apenas uma.
-
Você tem apenas uma regra, você não pode interferir, o curso da humanidade deve
seguir normalmente, você terá meus poderes, pra poder acompanhar executar seus
serviços, mas eu lhe aviso, não interfira, apenas observe...
Capitulo três
Apenas observe, apenas observe... Isso não saia da
sua cabeça, já fazia dias que estava cumprindo as ordens de Deus, essa frase
parecia um martelo em sua cabeça, um martelo deu um carpinteiro que nunca se
cansa de trabalhar.
Era
um mundo cruel, ele não tinha duvidas, desde antes de ser o observador. Mas
agora ele via de outro ponto de vista, ele via com olhos de Deus.
Ele
desceu a terra, entrou em uma igreja, era grande, os seres que ali se
encontravam eram exatamente 57, 32 eram mulheres, 5 eram crianças, 20 homens,
um desses homens era o padre que dava o sermão. Ele dizia: O evangelho de
marcos 1,12-15 diz, logo depois, o espírito o Fez sair para o deserto. Lá
durante quarenta dias, foi posto à prova por satanás. E ele convivia com as
feras, e os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus vaio para a
Galiléia, proclamando a boa nova de Deus. O observador ri baixinho enquanto o
padre continua a falar... Completou-se o tempo, e o reino de deus esta próximo.
Convertei-vos e crede na boa nova.
-
É verdade, meu reino está próximo - diz o observador pra si mesmo. Em um piscar
de olhos já esta em outra igreja.
Um
pastor diz: - SATANÁS. A sagrada escritura fala dele muitas vezes como um ser
espiritual e concreto. É um anjo caído. Jesus o define dizendo: É MENTIROSO, E
PAI DA MENTIRA, vosso adversário o demônio anda ao redor de vós como um leão
que ruge, buscando a quem devorar. Resista forte na fé. O demônio é o inimigo
numero um , é tentador por excelência, sabemos que esse ser obscuro e
perturbador existe realmente e continua atuando. Ai eu pergunto meus fieis,
como? MENTINDO, ENGANANDO, ONDE HÁ MENTIRA OU ENGANO, ALI HÁ AÇÃO DIABOLICA.
“Então aqui há uma ação diabólica”, pensa o observador no mesmo tempo que
varias senhorinhas dizem amem, amem. -A maior vitoria do demônio é fazer crer
que ele não existe. E como mente? Apresenta-nos ações perversas como se fossem
boas, estimula-nos a fazer más obras; e, em terceiro lugar, sugere-nos razões
para justificar os pecados.
O
observador já estava cansado das mentiras daquele homem, saiu, em um piscar de
olhos estava em uma rua, era tarde da noite, dois garotos caminhavam pelas ruas,
voltavam de uma festa, ele olhou para o outro lado vinha um grupo de vinte três
garotos de cabeça raspada, jaquetas de couro e símbolos nazistas. Os garotos
baixaram a cabeça ao passar pelo grupo, mas não seria tão fácil quanto eles
imaginaram, cinco dos carecas os cercaram.
-
Você nos deve uma grana. – Disse um dos Caracas para um dos garotos.
-
Não sei do que estão falando. - Respondeu o garoto gaguejando.
Os
carecas começam a sacar o garoto com força até ele cair e depois que Ele cai
começam a chutar. Um dos carecas para de chutar e olha o segundo garoto que
esta fugindo, olha pra um de seu grupo que não agredia ninguém, esse da um leve
sinal balançando a cabeça e o outro já sabe o que fazer tira do bolso uma faca
e abaixando-se crava varias vezes a faca no corpo do garoto, que fica se
contorcendo no chão. Ainda sangrando e sem ser chutado o garoto levanta e corre
mas não muito, sem forças cai na calçada.
-
Acabe com o serviço. - Diz o careca que havia dado sinal com a cabeça.
O
careca com a faca se encaminha para o garoto pega em seu cabelo, levanta sua
cabeça e passa a faca em seu pescoço cortando sua jugular, o observador
aproxima-se do garoto que sangra no chão, o olho do garoto meche e ele olha bem
no fundo dos olhos do observador, fecha os olhos e para de respirar. O
assassino volta para perto daquele que tinha dado a ordem para ganhar um
abraço, e a frase ecoa em seus ouvidos.
-
Bom trabalho agora você é um dos nossos.
Ao
ouvir essa frase o observador saiu dali... No terminal de ônibus um homem
esperava. O observador o fitava com certo interesse, pois aparentemente aquele
homem não faria mal a ninguém, e não faria mesmo, pois não tinha muito tempo de
vida.
Logo
outro homem chegou por traz e lhe pediu dinheiro, como ele não quis dar o outro
puxou um revolver e deu três tiros. O observador ao lado olhava para a vitima
que olhou para o observador antes de parar de respirar. Antes de ir embora o
assaltante fez o sinal da cruz com a arma na mão.
Não
esperou, logo estava em frente a um colégio, vários alunos saiam um homem de
vinte anos com os cadernos no braço encostou-se ao muro e ficou fumando, logo a
rua estava deserta e um carro se aproximou do portão. Outro homem conduzia o
carro.
-
oi amor – Disse o fumante ao entrar no carro e deu um beijo demorado no
motorista.
Uma
moto passava, e os dois tripulantes olharam a cena dentro do carro... Foram até
a esquina e voltaram.
-
Ei veado – Disse o passageiro e atirou... Exatamente 12 tiros, a arma recuou
sem munição e o carro estava com os vidros estilhaçados, não dava pra ver se os
homens dentro do carro estavam vivos ou mortos.
Vai,
vai – Disse o atirador. O piloto acelerou e a moto desapareceu no escuro horizonte.
O
observador foi pra perto do carro os homens o viram, o motorista mexer a boca,
mas não saiu som ele dizia ao observador:
-
Ajuda – E um de cada vez parou de respirar.
O
observador voltou para seu trono intocável, e sentado com a galáxia sob seus
pés tinha duas frases na cabeça...
-
Meu reino está próximo!
-
Eu deveria ter interferido?
Continua...
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divulgado o próximo capítulo.