quinta-feira, 22 de março de 2012

O observador capitulo quatro



Capitulo quatro

Era uma manha de julho, o frio não era intenso, mas o vento incomodava e ressecava o rosto de qualquer humano... Ele o observador começou a caminhar pelo centro da cidade, em outros tempos ele sentaria em uma lanchonete, tomaria leite com café,  e comeria uma coxinha de franco com catupiry, mas dessa vez não aconteceria assim, dessa vez ele queria fazer algo diferente.
Dirigiu se para a lanchonete e observou as pessoas que estavam sentadas em suas cadeira tomando café da manha, muitos deles nem acordaram direito e já estavam preocupados se iriam conseguir ganhar dinheiro naquele dia.
Esperou. Logo seu convidado chegaria e chegou. Era um homem negro de cabelo curto e alto bem alto, quando ele chegou o observador olhou pra cima para poder falar com ele.
- Eu preciso que você...
- Eu sei o que você quer. Você não precisa se comunicar usando o dialogo conosco. Respondeu Gabriel ao sair andando pra dentro da lanchonete.
Quando atravessou a porta todos viram aquele mendigo com roupas sujas e algumas pessoas viraram o rosto com nojo outras fizeram cara feia devido ao mau cheiro do mendigo, que ia em direção do balcão. Não chegou lá foi parado por uma garçonete.
- Pois não senhor o que precisa. Eu quero um café. Disse Gabriel ao tirar umas moedas do bolso e começar a contar.
A moça esperou ele contar as moedas, pegou-as das mãos do mendigo e dirigiu-se para o balcão. Logo vinha com o café.
- Eu estou com fome, me da um pão de queijo. Pediu Gabriel.
- Eu não posso moço. Disse a mulher olhando pra ele. Temos ordens pra na dar comida, se eu der um pão de queijo pra você posso ser demitida.
- Eu moço senta aqui comigo. Disse uma voz que soou como faca no coração dos outros que se encontravam na lanchonete, e surpreendendo até Gabriel que olhou para o lado e viu um homenzinho baixinho não devia medir mais que 1,50cm com um cavanhaque mal feito e um chapéu estranho que terminou dizendo - Traz uma porção de pão de queijo pra gente moça.
- Obrigado senhor eu estou realmente com fome. Disse Gabriel.
- Não se preocupe, pode comer a vontade. Como é seu nome?
- Gabriel.
- Eu sou Marcos.
- Fez um instante de silencio e logo veio a bandeja de pão de queijo.
Ele comeram... E conversaram,  Gabriel  fingindo insanidade disse que trabalhava em uma mecânica, depois em um posto de gasolina, o homem disse que era ator, tanto o observador quanto Gabriel já sabiam. E quando foram se despedir... Ainda em sua representação de insanidade:
- Eu sou Gabriel o anjo do senhor, ele esta vendo o que você fez, observando e registrando suas ações e as ações desses “porcos” que aqui se encontram. Muito obrigado Marcos o ator. Disse Gabriel ao sair da lanchonete e sem que alguém percebesse abrir seus pares de asas e alçar vôo até virar um ponto minúsculo no céu.
O observador continuou acompanhando Marcos, que logo estava em um teatro encontrando seus amigos, além de contar que avia falado com um bêbado lunático que afirmou que era “Gabriel o anjo do senhor” se vangloriava de ter alimentado aquele homem que precisava de um prato de comida.
Apesar de o observador conhecer a natureza humana ele teve esperança de que aquele homem tivesse feito algo bom para o outro e não para contar vantagens depois.
O observador esperou... Ele ficou o dia todo esperando, no fim da tarde o ator saiu do teatro pra ir pra casa, acabara mais um dia de ensaio, o observador esperou ele chegar bem perto da rua, no mesmo instante que um bêbado passava dirigindo seu carro, o observador pensou, e aconteceu, o motorista do carro perdeu o controle da direção e atropelou Marcos o ator em cima da calçada, ao chegar perto, eles trocaram olhares, e o ator sabia que era o olhar de deus, sabia que morreria e morreu. Deus... Sentiu prazer em ver aquele homem morrer, afinal não é todo dia que um homem tem o privilégio de ser morto por “um carro”.
Deus (o observador) estava sorrindo enquanto olhava para o universo sentado em seu trono com as estrelas como carpete, ele estava feliz porque dessa vez ele tinha interferido, e não se arrependia.  

Continua...

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