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sexta-feira, 11 de maio de 2012
Osamu Tezuka: o Walt Disney japonês
Tudo começou com um
lar-doce-lar atípico, liberal e moderno (lembrem-se que estamos falando sobre
da cultura japonesa, que é uma das mais rígidas e tradicionalistas que existem).
Sessões de cinema com filmes americanos estilo “Charlie Chaplin” eram costumes
de sua família. Os quadrinhos entraram na vida de Tezuka quando ainda ele nem
sabia ler: sua mãe lia para ele, até que conseguisse guiar una leitura sozinho.
Os presentes que ele ganhava do pai eram HQs e desenhos animados da Disney.
Sua mãe participava de um grupo de teatro takarazuka (teatro feito só com
mulheres) e, ao levar o filho como público, também colaborava com a revolução
nos desenhos japoneses que viria pouco tempo depois.
Naquela época o mangá
já existia no Japão, mas foi Tezuka que deu uma nova cara para o estilo. Mas
afinal, o que não existia na época pra ele ter trazido para o Japão e ter se
tornado o “fodão” dos desenhos? A lista é grande:
·
Efeito sonoro nas animações (semelhantes os da Disney);
·
Exposição de uma cena com movimento de câmera (na época se utilizava, em
mangás, desenhos de corpo inteiro dos personagens, com eles sempre de frente, e
não havia muita perspectiva e ângulos variados, como atualmente);
·
Linhas de movimento;
·
Distorções de velocidade;
·
Colunas verticais na disposição dos quadros, como se fossem cenas
sequenciais recortados de um rolo de filme de cinema;
·
Tezuka tirou alguns mangás das revistas e transformou em livros;
·
As gotas de suor e as expressões marcantes também surgiram com ele,
tendo como referencial o teatro de sua mãe;
·
Por falar nisso, foi também daí que vieram os tão enfatizados olhos
grandes e brilhantes: grandes, pois no teatro takarazuka os olhos eram
delineados, e as luzes dos palcos iluminavam os olhos das atrizes, criando um
efeito que, pelo jeito, encantou Tezuka.
Quanta mudança, não
é? Merece ou não merece os títulos de “deus do mangá”, “pai do anime” e de
“Walt Disney japonês”? Ah! Ele também é o criador do estilo shōjo, os mangás e
animes feitos para o público feminino. O começo dessa moda foi quando ele
publicou A Princesa e o Cavaleiro, em 1953.
Finalizando (apesar
que daria para falar mais um monte sobre ele): em uma época em que todos
acreditavam que os mangás só serviam ao público infantil, Osamu Tezuka queria
(e pelo jeito conseguiu) mostrar a importância dos quadrinhos pelo Japão, para
todos os públicos. Além de ser o “Jackie Chan” envelhecido, ele foi um cara
talentoso e persistente, que teve as influências certas, na hora certa, e
utilizou isso da maneira certa. Todos que se dizem otakus devem conhecer o
mínimo da história dele... e de mais alguns nomes que criaram o mangá e o
anime... nomes aos quais eu não lembro no momento...
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