Capitulo
quatro
Era uma manha de julho, o frio não era intenso, mas o vento
incomodava e ressecava o rosto de qualquer humano... Ele o observador começou a
caminhar pelo centro da cidade, em outros tempos ele sentaria em uma
lanchonete, tomaria leite com café, e
comeria uma coxinha de franco com catupiry, mas dessa vez não aconteceria
assim, dessa vez ele queria fazer algo diferente.
Dirigiu se para a lanchonete e observou as pessoas que
estavam sentadas em suas cadeira tomando café da manha, muitos deles nem
acordaram direito e já estavam preocupados se iriam conseguir ganhar dinheiro
naquele dia.
Esperou. Logo seu convidado chegaria e chegou. Era um homem
negro de cabelo curto e alto bem alto, quando ele chegou o observador olhou pra
cima para poder falar com ele.
- Eu preciso que você...
- Eu sei o que você quer. Você não precisa se comunicar
usando o dialogo conosco. Respondeu Gabriel ao sair andando pra dentro da lanchonete.
Quando atravessou a porta todos viram aquele mendigo com
roupas sujas e algumas pessoas viraram o rosto com nojo outras fizeram cara
feia devido ao mau cheiro do mendigo, que ia em direção do balcão. Não chegou
lá foi parado por uma garçonete.
- Pois não senhor o que precisa. Eu quero um café. Disse
Gabriel ao tirar umas moedas do bolso e começar a contar.
A moça esperou ele contar as moedas, pegou-as das mãos do
mendigo e dirigiu-se para o balcão. Logo vinha com o café.
- Eu estou com fome, me da um pão de queijo. Pediu Gabriel.
- Eu não posso moço. Disse a mulher olhando pra ele. Temos
ordens pra na dar comida, se eu der um pão de queijo pra você posso ser
demitida.
- Eu moço senta aqui comigo. Disse uma voz que soou como
faca no coração dos outros que se encontravam na lanchonete, e surpreendendo
até Gabriel que olhou para o lado e viu um homenzinho baixinho não devia medir
mais que 1,50cm com um cavanhaque mal feito e um chapéu estranho que terminou
dizendo - Traz uma porção de pão de queijo pra gente moça.
- Obrigado senhor eu estou realmente com fome. Disse
Gabriel.
- Não se preocupe, pode comer a vontade. Como é seu nome?
- Gabriel.
- Eu sou Marcos.
- Fez um instante de silencio e logo veio a bandeja de pão
de queijo.
Ele comeram... E conversaram, Gabriel
fingindo insanidade disse que trabalhava em uma mecânica, depois em um
posto de gasolina, o homem disse que era ator, tanto o observador quanto
Gabriel já sabiam. E quando foram se despedir... Ainda em sua representação de
insanidade:
- Eu sou Gabriel o anjo do senhor, ele esta vendo o que você
fez, observando e registrando suas ações e as ações desses “porcos” que aqui se
encontram. Muito obrigado Marcos o ator. Disse Gabriel ao sair da lanchonete e
sem que alguém percebesse abrir seus pares de asas e alçar vôo até virar um
ponto minúsculo no céu.
O observador continuou acompanhando Marcos, que logo estava
em um teatro encontrando seus amigos, além de contar que avia falado com um
bêbado lunático que afirmou que era “Gabriel o anjo do senhor” se vangloriava
de ter alimentado aquele homem que precisava de um prato de comida.
Apesar de o observador conhecer a natureza humana ele teve
esperança de que aquele homem tivesse feito algo bom para o outro e não para
contar vantagens depois.
O observador esperou... Ele ficou o dia todo esperando, no
fim da tarde o ator saiu do teatro pra ir pra casa, acabara mais um dia de
ensaio, o observador esperou ele chegar bem perto da rua, no mesmo instante que
um bêbado passava dirigindo seu carro, o observador pensou, e aconteceu, o motorista
do carro perdeu o controle da direção e atropelou Marcos o ator em cima da calçada,
ao chegar perto, eles trocaram olhares, e o ator sabia que era o olhar de deus,
sabia que morreria e morreu. Deus... Sentiu prazer em ver aquele homem morrer,
afinal não é todo dia que um homem tem o privilégio de ser morto por “um carro”.
Deus (o observador) estava sorrindo enquanto olhava para o universo
sentado em seu trono com as estrelas como carpete, ele estava feliz porque dessa
vez ele tinha interferido, e não se arrependia.
Continua...
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